Visito Rivera desde pequena. Todas as vezes que vim, rendi homenagem aos doces uruguaios nesta instituição que é a Confitería City. Localizada bem no meio do percurso dos free shops, em pleno fervo da avenida Sarandi, ela fica no ponto exato em que a gente, cansado e cheio de sacolas, precisa sentar um pouco e fazer um lanche. Talvez por isso, nunca fique vazia e seu balcão de doces pareça sempre deficitário. A media-luna rellena de dulce de leche que a gente pede é sempre a última. O refrigerante de pomelo, que vinha uma vez em garrafas recicladas de mirinda, hoje vem na pet de 600, com rótulo próprio, mas continua a mistura perfeita de amarguinho e doce que tanto atiça o paladar. Passados dez anos da minha última visita, encontrei Rivera globalizada, abrasileirada, lotada e suja, tomada por franquias de artigos populares. Muito se perdeu do antigo charme, da recordação algo elitista da minha infância. A City, porém, estava lá: reformada, virou até o balcão de lado, mas ele continua exibindo os pomelos e massas rellenas de sempre. Que bom.
Nenhum comentário:
Postar um comentário