Un Giardin sul Balcon

"Non ghe xe erba che la varda in sù che non la gabbia la so virtù" (da tradição vêneta)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Arroz com Origone

Beatriz, essa é pra ti! Olha só o que eu achei numa churrascaria à beira da estrada em São Gabriel! Quando olhei esse prato, equilibrado entre os doces e as conservas salgadas, logo pensei: "Deve ser o tal do origone que a Bia perguntou. Estou perto do Alegrete e meu falecido Tio Antênio, que era dessas bandas, suspirava lembrando da iguaria". Perguntei ao garçon, que foi perguntar ao dono, que perguntou a cozinheira. Era. Ela comprou de uma senhora que passou por ali, vendendo. Browseando na net, descobri que origone é a passa do pêssego prensada e que é um costume mourisco, herança da colonização espanhola nas fronteiras gaúchas. O prato é um contorno para aves e, mais raramente, carne bovina. A receita é essa: Reidrata o origone em água fervente por uma hora. Guarda essa água. Pica as passas reconstituídas. Faz um caramelo com meia xícara ou menos de açúcar (depende do teu paladar para o doce), acrescenta com cuidado a água dos pêssegos, mistura bem, junta as passas e uns cravos da índia, deixa em fervura baixa por uns 15 minutos. Acrescenta o arroz, uma colher de sopa de manteiga sem sal, mais água, se for necessário e mais açúcar, se quiseres e termina o cozimento. Deixa repousar com a panela tampada por dez minutos antes de servir.


Agora, o origone mesmo não deve ser difícil de fazer, só chato, como secar pomodori. Origone vem de orejón, orelhão, em espanhol, pela semelhança de formato, creio eu. Claro que o melhor deve ser secar ao sol por uns dez dias, mas aí tem o problema da chuva, de tirar do sereno, de cuidar para não vir mosca... slow demais, até para mim. Tenta comprar uns pêssegos amarelos, na época, ali por novembro. Descasca, tira o caroço e põe as metades numa assadeira forrada com um silpat a cerca de 50, 70 graus, até secarem bem, virando a cada trinta minutos ou usando calor em cima e embaixo, se o teu forno tiver esse super-poder, como o meu. O segredo deve ser como o dos pomodori, calor baixinho e muuuito tempo, oito a dez horas. Haja gás,né? Ah, tem de guardar num pote de vidro, não em plástico.

2 comentários:

  1. obrigada Michele!
    acredito já saber fazer essas famosas passas!!!!
    bjs

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  2. ..vou usar o know how da minha mãe em Brasília para a secagem das frutas.É lá que minhas amigas me esperam para fazermos um Arroz com Origone...
    vai ser uma festa!!!!
    obrigada!
    bjs

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