Un Giardin sul Balcon

"Non ghe xe erba che la varda in sù che non la gabbia la so virtù" (da tradição vêneta)

domingo, 15 de maio de 2011

Lentilhas

Caríssimos leitores: Obrigada pela marca atingida de 4000 acessos desde janeiro de 2011. Sinto-me honrada em ser objeto de tanta atenção, quer seja pelas imagens, quer pelo texto. Espero continuar à altura de tanto interesse pelo mundo afora. Um agradecimento especial aos meus leitores portugueses: Navegar é preciso, mesmo que seja na internet, não é mesmo?

Pois. Em segundo lugar, peço desculpas pela ausência de postagens durante os últimos cinco dias. Estive terrivelmente gripada e, em decorrência, jardinei pouco e cozinhei menos ainda. Isso sem contar os três dias de blogger fora do ar. Retomemos, então, meus queridos, com a série de comidinhas de outono, a melhor estação do ano para comer, na minha opinião.

Lentilhas. A base ideal para temperos. Muitas vezes, a gente deixa de comprar no super, por preguiça de fazer. Sempre que tenho preguiça de fazer uma coisa, eu a decomponho em múltiplas tarefas menores. Então, assim que compro, deixo de molho na água, por 24h e cozinho em água e sal, por cerca de duas horas, no dia seguinte. Não, eu não uso panela de pressão e morro de medo delas.

Se elas ficarem prontas e eu não estiver a fim de cozinhar, eu simplesmente as congelo. Num dia de chuva, como hoje, tempero nas seguintes etapas:

Etapa 1: panela quente, azeite, cebola roxa picadinha, pimenta malagueta (um pedacinho), bacon e aipo picadinho. Faço um soffrito ou desfrito, que, como já expliquei, é a base da culinária local e da vêneta também. Acrescento as linguicinhas calabresas defumadas.

Etapa 2: misturo as lentilhas e acrescento uma folha de louro machucada (tiro o cabinho e a nervura central, amasso um pouco) e ajusto o sal. Cuidado, porque o bacon e as linguiças tem sal e vão libera-lo aos poucos. Deixo levantar fervura.

Etapa 3: Sirvo coberta de cebolinha picadinha, folhas de manjerona e lascas de pimenta fresca. Cebolinha e manjerona são ervas delicadas, de óleos essenciais altamente voláteis, que se apresentam em sua melhor forma quando acrescentadas no último segundo antes de servir. Outro detalhe: os franceses cortam com tesoura a cebolinha, alegando que assim ela preserva ainda mais os aromas. Minha mãe me trouxe essa tesoura estranha do Canadá, que serve justamente para isso. Confesso que não consigo notar a diferença no aroma, mas acho muito prático cortá-las assim.


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