O outono abre minha temporada de chás. E de biscoitinhos. Há muito eu pretendia reproduzir uma receita antiga de biscoitos de anis e hoje, eu o fiz. A primeira foto mostra minha plantinha de erva-doce (Pimpinella anisum). Deve ser a quarta ou quinta vez que tento plantar esta erva, anual e muito frágil. É complicado manter o nível de umidade adequado para ela, muito próximo ao ponto em que murcha e morre. Não se pode transplantá-la, tampouco. É preciso semeá-la todos os anos.
Anis e erva-doce são sinônimos, mas o anis estrelado, de origem japonesa, é outra espécie (Illicium anisatum). O anis é uma apiácea, parente, portanto, do aipo, do funcho, do endro e da mirra odorata (sweet cicely), cujas sementes tenho ansiosamente aguardado. Talvez em função disso, muitas pessoas confundam o funcho e a erva-doce, mas o gosto é bem diferente.
Outra confusão ocorre entre os destilados de anis e de anis estrelado. Eu mesma comprei uma garrafa de sambuca (de anis estrelado), pensando que era uma anisetta (de anis). Hoje, ao fazer esses biscoitinhos, de textura semelhante a dos incensados macaroons, adicionei um belo gole de sambuca à receita. É muito fácil fazê-los: bater, na planetária, 4 ovos e 180g de açúcar por 10 minutos. Peneirar 200g de farinha de confeitaria, 1/2 colher de pó royal e uma pitada de sal. Misturar com gentileza, peneirando de novo e acrescentar duas colheres de chá de sementes de erva-doce moídas no pilão, além de um gole de sambuca ou anisetta (ou ouzo ou arak). Pronto. É só assar a 180C sobre uma esteirinha de confeitaria chamada silpat. Esfriar sobre uma grade ajuda a ficarem crocantes e aerados. Servir com a xícara de chá perfeita.
Para a xícara de chá perfeita, não ferver a água. Passar um pouco d'água quase fervente dentro do bule e desprezar, colocar uma colher de chá cheia dentro do bule (para duas xícaras) e despejar a água, deixando em infusão por três a cinco minutos.
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