Un Giardin sul Balcon

"Non ghe xe erba che la varda in sù che non la gabbia la so virtù" (da tradição vêneta)

terça-feira, 29 de março de 2011

Il rosolio



Essa é para os amantes das rosas. Como diria Vinícius, uma rosa não é só uma flor, uma rosa é uma mulher que morre de amor. Rosolio é um licor de rosas, tradicional no Sul da Itália, em especial na Sicília. Há uma passagem do livro Il Gattopardo, de Tomasi di Lampedusa, em que a princesa repousa um cálice de rosolio sobre um console e, ao retornar, um ano depois, o encontra no mesmo local. (Não que o licor seja ruim, o príncipe é que manteve intocados os sinais da presença dela). O livro retrata a decadência do estilo de vida da nobreza siciliana no final do século XIX e traz costumes gastronômicos delicados e hoje quase extintos, como os licores e doces de convento. Para bebericar e devanear com os tempos das antepassadas. A foto de época retrata minha tataravó, Angela Fianco, que vivia em Verona à época da trama. Um último detalhe poético: rosolio vem do latim ros oleum (óleo de orvalho), da mesma forma que rosmarino (alecrim) vem de ros marinum (orvalho do mar).


This is for the rose lovers. As the poet Vinícius de Moraes used to say, a rose isn't just a flower, a rose is a lady dying for love. Oh, and I have just recalled another, I think it is Shelley's:


Rose leaves, when the rose is dead

are heap'd for the beloved's bed

and so thy thoughts, when thou art gone

Love itself shall slumber on


This rose cordial, named rosolio (from latin ros oleum - dew oil) awakens the victorian lady in me... it is traditional in South Italy, specially in Sicilia, where a famous writer, Tomasi di Lampedusa, uses an untouched glass of rosolio to simbolize the memory of a loved one. The cordial is deliciously eerie indeed. The woman in the picture is my great-grandmother, Angela Fianco, who has lived in Italy during the times pictured by Lampedusa.

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