Un Giardin sul Balcon

"Non ghe xe erba che la varda in sù che non la gabbia la so virtù" (da tradição vêneta)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Frutas Amarelas


O que fazer com punhados de frutas diferentes? Geleia, é claro! Aqui no Brasil, a gente encontra nos mercados muitos produtos à base de frutas vermelhas (amora, morango e framboesa). Imagino que essa seja uma combinação clássica nos países do Hemisfério Norte. Na Itália, tais preparos são chamados ai frutti di bosco (às frutas silvestres). O Brasil é um país de frutas. Um de nossos símbolos nacionais, a cantora Carmem Miranda, usava um cesto de frutas na cabeça. Não entendo porque insistimos em exaltar as frutas selvagens alheias ao invés de aproveitar as nossas. Justamente por serem nossas, elas são maiores, necessitam de menos fertilizantes e defensivos e tem um sabor irreprodutível. Para mim, isso é um problema de autoestima coletiva, que remonta aos tempos em que fomos uma colônia e tendíamos a supervalorizar o que nos chegava da metrópole, em detrimento do que era nosso. Temos de nos aperceber que continuar sentindo isso é andar na contramão da tendência atual: enfatizar o produto regional, a fim de aumentar a diversidade alimentar do planeta e reduzir o impacto ambiental dos cultivos e do transporte de comida mundo afora. Libelos ecológicos à parte, penso que em termos de qualidade gastronômica, essa geleia menos consistente que desenvolvi, para ser usada como uma calda de sorvetes ou panquecas, ficou uma delícia. Que o digam meus colegas de trabalho, que devoraram esse pote com fatias do maisbrot local (maisbrot significa pão de milho, e é o pão preferido dos teutonienses, que o consomem barrado - como se diz em Portugal - com nata e melado de cana)
Esse é o butiá, fruto de uma palmeirinha nativa do Rio Grande e do Uruguay, que não me canso de exaltar.

Essa é a carambola, que cortada transversalmente, parece uma estrelinha. Seu gosto azedo é muito, muito refrescante.

Esse é o maracujá, cuja polpa doce e azeda é hors-concours no preparo de doces, na minha opinião. Em outras línguas, o maracujá se chama fruto da paixão, pois os jesuítas empregavam a flor dessa planta para catequizar os índios brasileiros, relacionando o número de suas estruturas com as dores, chagas e sofrimentos de Cristo no Calvário. Em italiano, é Frutto della Passione; em latim, Passiflora. Em inglês, Passionfruit e por aí vai.





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