Infelizmente, meus visitantes do fim de semana não conseguiram ver a Lagoa da Harmonia. Subimos o morro, mas não se enxergava um palmo na frente do nariz, como se pode ver pela foto acima.
Nem só de Lagoa vive o turismo em Teutônia. Acho encantadora a oficina de galpão dos Fangmeier, lá na estrada da Harmonia, porque se nota que é legítima, usada de verdade, no dia a dia, desde que os primeiros colonos aportaram por aqui. A gente se sente dentro de um romance do Josué Guimarães, com aqueles imigrantes rústicos e móveis de tábua falquejada. Aqui se fabrica o símbolo da região, o sapato de pau, uma espécie de tamanquinho, muito semelhante àquele das holandesas, hoje em dia usado apenas pelos grupos folclóricos locais. Eu confesso que comprei um par, mas para usar como peso de porta. Ficou um amor!
O Herr Fangmeier nos recebe com muita solicitude e, a despeito da barreira da língua, mostra tudo com orgulho. As ferramentas que vieram da Alemanha, com seus antepassados, ainda estão penduradas na parede. As mais "modernas" só estão menos gastas, mas são iguais. A partir de toquinhos de cedro, ele entalha, verruma, lixa e enverniza, até obter um lindo sapato de pau. Aliás, os Fangmeier são falantes do Plattdeutsch, o dialeto "sapato de pau", que soa aos ouvidos como uma mistura de alemão e holandês.
E só para registro, aqui está uma amostra autêntica do paisagismo imigrante. Panelas, escorredores, chaleiras e até penicos não vão fora, mesmo quando furados ou sem alça. Viram belos vasos de flor reciclados. Shabby chic regional hein, que tal?