Ontem comecei a fazer um vinagre de pera, um licor de menta e outro de folhas de figueira. Espero que eu tenha traduzido certo as receitas, heheh... bom, de qualquer modo, vou demorar dois meses para descobrir. A ideia é aromatizá-los com especiarias, mais tarde no processo. Precisavam ver a cara da minha faxineira, me vendo às voltas com folhas de árvore, cascas de fruta e cachaça... quando ela viu a menta, comentou que tinha arrancado uma touceira de menta do seu pátio, pois não via serventia para ela. Disse que só colocava as folhas no chimarrão. Pensei no que disse Carlo Petrini, em seu livro slow food, que os camponeses estão esquecendo dos saberes que foram seus durante milênios. Vejo que a maioria das pessoas, mesmo as que se criaram no campo, costumam subempregar as ervas e não se preocupam mais com os reaproveitamentos, quase tanto quanto as pessoas da cidade. Nesse sentido, concordo com quem diz que a fome não é um problema de carestia, mas de gerenciamento dos recursos. A minha avó materna fazia licores de sobras: folhas de figueira, cascas de bergamota, caroços de pêssego. Ela fazia sabão juntando pequenos pedaços das barras e sebo. Toda a erva-mate, o café e as cascas de ovo tinham destino certo: a compostagem para a horta, que ela sempre manteve na zona urbana de Porto Alegre. Na frente da casa dela, tinha um milharal. Nos fundos, uma parreira. Minha vó era ecologista e não sabia!
Em tempo: obrigada ao amigo Rossano Christ que cedeu gentilmente as folhas mais tenras da sua figueira. Quando ficar pronto, vai ganhar uma garrafa de licor!
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