Desde que o pessoal lá de casa descobriu a panna cotta, sou vaiada quando tento fazer outra sobremesa. O que me resta? Inventar variações sobre o mesmo tema, como um pianista sem muita inspiração. Nesse fim de semana, o indefectível coulis de morango ganhou uma ponta de gengibre. A decoração, calêndula, manjericão roxo e borragem, foi o que me interessou: as pétalas da calêndula deram ardência; o sabor do manjericão exaltou o do morango por contraste e o sabor de pepino da borragem agregou frescor. Juntando um espumante rosè, até parecia verão, sem a parte chata do calor. Em tempo: panna cotta significa nata cozida e é bem isso mesmo: nata, leite, baunilha e açúcar, cozidos, espessados com gelatina e gelados. Parece sem graça, mas a textura é linda e a base harmoniza com qualquer fantasia gastronômica, por mais feérica que seja. Estou pensando em geleias de nêspera e jaboticaba... estão na época.
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