Olá a todos os amigos que acompanham meu blog e que tem solicitado o meu retorno, curiosos com o destino do Giardin sul balcon - o jardim na sacada. Esse aí da foto é o motivo da minha prolongada ausência, o Francisco, minha melhor semeadura e colheita de toda a vida! O Giardin sobreviveu a duras penas, meio (muito) abandonado. Mas agora que o bebê está com três meses, comecei a reconquista do meu pedacinho de verde e pretendo dar notícias por aqui. Muita coisa morreu, algumas sobreviveram bravamente, outras ainda surgiram e vicejaram sem convite. O Giardin está mais selvagem, mas nem por isso menos saboroso e útil. Mais do que nunca, tenho recorrido a ele como forma de meditação e meio de buscar o equilíbrio em meio ao caos de ser mãe. Uma novidade é que escrevi um livro sobre ervas e especiarias. Ele será editorado esse ano e, com sorte, publicado. Outra novidade é que o Giardin está de muda: vai ocupar um terreno inteiro ao lado da casa que estou construindo e virar uma escola. Isso mesmo: agora muitos alunos de gastronomia e interessados em geral terão a oportunidade de conhecer e desfrutar as delícias do Giardin. Então aguardem! Esse será um ano de fortes emoções!
Un Giardin sul Balcon
The urban and edible garden of a slow feeder
Un Giardin sul Balcon
"Non ghe xe erba che la varda in sù che non la gabbia la so virtù" (da tradição vêneta)
segunda-feira, 21 de abril de 2014
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Morrendo e Aprendendo
Aos queridos amigos que acompanham este blog, peço desculpas por tê-lo abandonado por tanto tempo. Confesso que tenho vivido um momento bastante desestimulado em relação a ele desde que uma sucessão de pragas se instalou e não foi mais embora, mas acho interessante contar também o lado não-cor-de-rosa dessa história, para que possamos discutir alternativas e produzir conhecimento nessa área tão nova que é a agricultura vertical urbana.
Pois este aí em cima é o meu pé de ruibarbo (Rheum tanguticum), o único sobrevivente de muitas e muitas sementes que desperdicei, que já morreu e ressuscitou uma dezena de vezes, praticamente um guerreiro imortal. Nada surtiu efeito contra as pragas que o assolavam até que, quase por acidente, descobri uma técnica que chamei de "desespero orgânico". Joguei ao acaso umas sementes de rúcula no vaso, por pena de jogá-las fora e, eis que a rúcula passou a dividir as atenções dos parasitas e meu ruibarbo está assim, belo e folhoso, quase pronto para eu provar seu gosto pela primeira vez.
Não é que eu tenha descoberto grande coisa: a natureza faz isso desde sempre. Tudo cresce junto, criando ecossistemas complexos que a imaginação de um jardineiro é incapaz de conceber, bem diferente da minha tendência a compartimentalizar e organizar as coisas, de ter cada planta em seu vasinho, devidamente catalogada. Agora, as plantas crescem onde querem, os galhos ficam na direção em que se curvaram, ervas espontâneas já não são arrancadas. Dessa maneira é que, embora o giardin já não tenha aquele aspecto bonito, perfeito para fotografias inspiradoras, ele tem se mantido vivo e sempre me ensinando lições poderosas.
Dearest followers of this semi-abandoned blog, I apologize for being so distant for so long. The truth is that I have been quite disappointed with my attempts on vertical urban agriculture and it has been quite frustrating fighting against all the pests that have settled on my garden. I can hardly seed anything and beautiful, strong seedlings seem to fade overnight despite all my efforts. However, since I have been recieving support from you all this time, I think it is still valid to tell the tale of a real garden, in order to keep the discussion open on this new and unknown field in which we all struggle.
One of the things I have discovered, quite by accident, is what I call "organic desperation": After many and many battles to keep my rhubarb alive (we don't have rhubarb here in South Brazil), I finally managed by planting some arrugula in the same container. It is now growing strong, against all odds. I should have known better: Nature does this since the dawn of times, plants and other beings striving together, in complex ecossistems, way beyond my obsessive, positivist desire of keeping each plant on its planter, well 'organized' aestethically. This is why my garden is not so photogenic anymore: there are weeds everywhere and the herbs and flowers are growing in a messy, almost chaotic way. But the garden is still alive and keeps teaching me the most precious lessons on humbleness and observation.
sábado, 14 de julho de 2012
A Tiropita da Tevê
A tiropita é um pastelão grego com massa filo e queijo branco, muito apreciada pelos herdeiros de Sófocles e Platão. Facílima de fazer quando se tem os fornecedores certos - e também muito vistosa.
Em primeiro lugar, é preciso comprar, no setor de congelados de um bom supermercado, um pacote de massa folhada ou massa filo, que é mais fina e delicada. Estende-se um pouco a massa, com a ajuda de um rolo. Para o recheio, eu fui ao giardin e trouxe uma boa quantidade de folhas de bertalha (Basella rubra). Em Porto Alegre, a Silvana, do Sítio Capororoca, vende bertalha já limpinha e ensacada, na feira ecológica dos sábados, na Redenção. Quem quiser se animar e plantar, bertalha é "capoeira" - é o nosso espinafre (em inglês, chamam de malabar spinach), porque ela vai se enredando e subindo mesmo, já alcançou o topo da minha figueira. Bom, voltemos ao recheio da tiropita: é preciso dar uma refogadinha de uns três minutos na bertalha, com uma pitada de sal e sem outra água que a das próprias folhas. Fatia-se e mistura-se com uns dois ovos de colônia bem amarelos e um pote de kes-schmier (quem quiser tentar essa receita fora do Rio Grande terá de combinar ricota e um pouco de creme de leite). Sal, pimenta do reino moída na hora e temperos da preferência de cada um: eu usei umas folhas de milefólio e cebolinha, uma pitadinha de macis e outra de canela. Se alguém não sabe, o macis é o arilo da noz-moscada, a frutinha que fica em volta. No Brasil, é comercializado pela Bombay especiarias. Daí é só misturar e colocar o recheio no meio da massa aberta, dobrando os lados para ela não escorrer. Assar por uns vinte minutos em forno pré-aquecido a 200C. Espalhar uns pinolis por cima (opcionais) e tá pronto.
sábado, 17 de março de 2012
Guerra
Depois de quase três meses, estou voltando ao blog para falar sobre as batalhas que perdi. As moscas brancas, as pretas e os ácaros tomaram conta das minhas plantas. Resultado: perdi quase tudo o que tinha, pouco a pouco, tristemente.
Foi tudo tão melancólico que não tive coragem de descrever. Por muitos dias, nem quis ir ao jardim, porque sabia que ia encontrar mais uma planta morta ou murchando. Durante um tempo, fiz uma tentativa de trazer os vasos para dentro, mas aí foi ainda pior. A praga se alastrou ao ponto de eu comprar uma muda, trazê-la para casa e, um ou dois dias depois, assisti-la definhar e perecer. Tentei tudo o que pude: gastei litros de óleo de neem, fiz mil pajelanças com pimenta, alho, tagetes, fumo, sabão. Lavei toda a terra dos vasos com vapor, troquei a marca da terra, lavei os vasos com água sanitária, misturei pimenta do reino na terra. Apelei para a piretrina, para o malathiol, nada, nem "cosca" nas pragas. E assim se foram meus cardos, minhas calêndulas, meu funcho de bronze, minha verbena azul, minhas balloon flowers, minhas centáureas, meus dez tipos de manjericão. Não sobrou unzinho! Os tomateiros resistiram bravamente por um tempo, depois também se entregaram. Foi horrível horrível.Minha casa se tornou uma bagunça de vasos, rolos de bidim, sacos de terra pela metade. Me sentia o faraó do Egito, vendo as pragas de Moisés arruinarem seu reino.
Um dia, meu marido comentou que se o jardim estava me causando tanta angústia, seria melhor terminar com ele. Cheguei a considerar a ideia, imaginei os vasos voando pela sacada e se espatifando lá no meio da rua, assustando os carteiros. Perder tudo por entre os dedos mexia com a minha tolerância à frustração, me deixava impotente, descrente na agricultura vertical, nos recursos de cultivo orgânico, na minha própria inteligência.
Mas como sempre acontece comigo, as situações mais adversas tem o poder de me deixar com raiva, e essa raiva é o motor mais potente que tenho. Quando eu sinto raiva, aproveito, como se fosse uma onda, e surfo nela até sair da fossa em que me encontro. Percebi, como qualquer pessoa que chega numa terapia, que minhas forças e recursos tinham se esgotado, e que era hora de buscar ajuda em outra pessoa, em um profissional.
Procurei a EMATER aqui do meu município, pensando que eles não se dariam o trabalho de atender a um espaço tão pequeno de cultivo, mas para minha surpresa, o agrônomo não só me orientou como prescreveu e visitou meu jardim mais de uma vez.
Disse ele que o fato de haver muitas plantas em um espaço pequeno fazia do meu jardim um ambiente desequilibrado, com escassez de recursos para que as plantas se mantivessem saudáveis. Pouca circulação de ar, sol demais, tempo seco, irrigação insuficiente. Tudo isso permitiu que os ácaros se alastrassem pelas folhas e também na terra, e que as moscas brancas, disseminadoras de viroses, fizessem o mesmo.
Como agrotóxicos são proibidos em zonas urbanas, tive de retirar toda a terra contaminada em sacos de vinte quilos e carregá-los até um lugar onde foi possível desinfetá-la com um fumigador (Obrigada, Gustavo, que carregou muita, mas muita terra, escadas abaixo e acima). Da mesma maneira, tive de levar as plantas sobreviventes para a zona rural e lá aplicar um preparado, em intervalos de 15 dias, que controlou a população de pragas. Comprei um "chuveirinho de mangueira" e passei a molhar as folhas das plantas todos os dias, ignorando as orientações em contrário que tantas vezes li em manuais de jardinagem.
Resultado: estou replantando tudo, hoje semeei de novo pela primeira vez este ano e agora, mais experimentada, estou me sentindo forte para recomeçar. Um jardim não é só um espaço de relaxamento. Nas palavras de Pia Pera, também é uma escola dura, um professor furioso que nos bate nos dedos quando erramos - e que nos deixa sem merenda. Muitas vezes, contudo, são os mestres mais rígidos que nos ensinam as lições mais indeléveis. E foi assim que, mesmo morrendo, meu jardim contribuiu para o meu crescimento pessoal.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
As Ervas e a Quimioterapia
Fui questionada acerca das ervas e seus potenciais efeitos benéficos para pessoas que estejam fazendo quimioterapia. Sendo um assunto de utilidade pública, divulgo aqui alguns dados que recolhi pela internet e que fazem sentido para o meu discernimento de médica. Recomendo fortemente, porém, que essas informações sejam discutidas com o médico ou enfermeira assistente em cada caso, pois a situação clínica pode variar enormemente.
A água costuma ser a coisa mais nauseante, então flavorizá-la com menta ou stevia é uma ideia.
Para evitar a náusea, tomar golinhos de chá de hortelã-pimenta, gengibre ou camomila alemã (Matricaria recutita) ou, ainda, mastigar gengibre cristalizado. A tradição aponta para a macela como anti-emético natural também.
Curcuma (açafrão-da-terra) e orégano são temperos que não revoltam o estômago, como o curry ou a pimenta, e são ricos em antioxidantes, o que pode ajudar na recuperação depois de uma sessão de químio.
Picolés de fruta ou de chás de ervas com frutose ou açúcar mascavo ajudam a manter a hidratação, aliviar as inflamações da mucosa oral e o aporte calórico. A propósito, é melhor manter refeições pequenas e frequentes, quando a pessoa quiser, a guloseima, o lanchinho que mais apetecer.
É melhor comer a comida fria, ao invés de quente, qdo desprende mais odor, ficar longe da cozinha e de seus cheiros enjoativos e usar um garfo de plástico para não ressaltar o gosto metálico que a químio pode deixar na boca e que distorce os sabores, provocando inapetência.
Bebidas carbonadas ajudam a combater a sensação de náusea, desde que ingeridas em pequenas quantidades, longe das refeições, para evitar a distensão do estômago.
Smoothies, suflês, purês, pudins, cremes - doces e também salgados, evitam a dor da mastigação prolongada e facilitam a ingesta. Para a carne, se pode tentar corrigir as distorções de sabor recorrendo às marinadas ou aos preparos agridoces. Alimentos integrais sim, mas bem cozidos. Em cada caso, se deve balancear a alimentação, pois tanto diarreia quanto constipação podem acontecer e requerer manejos opostos.
Convém evitar gorduras, açúcares, carnes de digestão mais difícil e especiarias muito pronunciadas, que podem piorar a dor da mucosite oral. Então, a pimenta, apesar de grande anti-oxidante, não é indicada.
E, para terminar, aqui vai até uma receitinha gourmet que traduzi do excelente livro de Manuella Pellegrini, Le mie ricette: nutrizione e chemioterapia: uma Tartare de Salmão.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Filhote
Cari amici Signor Roberto e signora: ho ricevuto il suo e-mail e sono contentissima che siete leggendo il mio blog e principalmente che avete deciso di piantare anche voi il suo orto. Questa pietanza la ho fatto oggi a cena, con un pesce da fiume che la mia mamma ha portato da Belém, una città dell' Amazonia, circa 4000 chilometri da noi, nel SudBrasile. Il pesce si chiama "Filhote", che significa "cucciolo", ma è un animale grande, puó raggiungere un metro, un metro e mezzo di lunghezza. Il suo sapore delicato e la carne tenera sono, infatti, squisiti. La mamma mi ha portato anche un' erba che non conoscevo, la "chicória", che sembra tantìssimo il cumino nel suo profumo. Con questa erba amazonica ho insaporito il couscous, ma anche con la curcuma, un pizzico di zenzero, peperoncini tipici dal NordBrasile e un burro al endro. Veramente un piacere!
Minha mãe chegou de Belém do Pará e trouxe diversas curiosidades de lá. Uma é o peixe filhote, uma delícia de rio, de carne macia e gosto suave, que cortei em postas para ser o secondo di pesce do nosso natal. A outra era o jambu, erva que dá uma sensação eletrizante na boca (segundo ouvi dizer), que veio com as raízes e já foi devidamente plantada. Das pimentas de cheiro do Mercado Ver-o-Peso já sou consumidora antiga, encomendo há dez anos, sempre que minha mãe dá aula lá em Belém (a 4000 km daqui). Legal mesmo foi a tal "chicória-do-Pará", uma erva meio suculenta, com cara de radiche roxa e cheiro surpreendente de cominho! A raiz foi pra terra e pegou bem. As folhas viraram um pesto com óleo de castanha do pará para temperar peixe. O que mais eu botei ali? Hummm, vejamos: curcuma e ervilhas no cuscuz de semolina, raspas de gengibre, pimenta de cheiro e manteiga de endro sobre o peixe filhote. Se esse é o filhote, que coisa boa será o papai dele!
P.S: Obedecendo a Priya, que tem toda a razão, transcrevo aqui o conteúdo do meu próprio comment:
A chicória-do-pará (Eryngium foetidum Lam.) é um tempero mais antigo que a descoberta do Brasil, usado pelos índios e chamado de nhanbi, conhecido como substituto do coentro nas culinárias do norte e nordeste. É uma espécie presente em todo o Brasil tropical (aqui não, portanto). As folhas suculentas e rústicas tem uma durabilidade muito superior às do coentro ou do cominho, com um aroma muito semelhante.
P.S: Obedecendo a Priya, que tem toda a razão, transcrevo aqui o conteúdo do meu próprio comment:
A chicória-do-pará (Eryngium foetidum Lam.) é um tempero mais antigo que a descoberta do Brasil, usado pelos índios e chamado de nhanbi, conhecido como substituto do coentro nas culinárias do norte e nordeste. É uma espécie presente em todo o Brasil tropical (aqui não, portanto). As folhas suculentas e rústicas tem uma durabilidade muito superior às do coentro ou do cominho, com um aroma muito semelhante.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Mais Massa!
...E seguem minhas aventuras com a maquininha. Hoje, algo mais exótico, para demonstrar o uso do curry e da erva chamada curry plant (Helichrysum italicum) num só prato. Cortei os tagliatelle de mandioquinha (batata baroa) e cenoura. Piquei uma cebola, salteei em azeite de dendê, acrescentei iscas de peito de frango já temperadas com sal e pimenta e uma colher de curry médio. Refoguei bem. Juntei a "massa", 100ml de leite de coco e 200ml de água. Ajustei o sal, tampei, deixei ferver baixo por 10 minutos, servi com folhas de curry plant e pétalas de cravo vindas do giardin. É importante lembrar de remover a base esbranquiçada de cada pétala, pois o gosto é amargo.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Spaghetti Vegetal
Trouxe da Itália uma gambiarra muito engraçada, que achei nas prateleiras da Eataly: um tagliaverdura. Trata-se de uma peça de plástico injetado com lâminas em diagonal que é capaz de transformar em fios qualquer legume cilíndrico. Hoje, usei-o pela primeira vez para fazer essa massa de zucchina com o que tinha na geladeira e no giardin: cebolas, pimentões, salsa e manjericão. Ficou tão gostoso (e muito mais light) que a massa com os mesmos ingredientes que comi ontem. Salteei a cebola picada e o pimentão amarelo em azeite, acrescentei os fios de zucchina, sal, pimenta e finalizei com salsa picada e manjericão alfavaca. Esperem por vários outros spaghetti como este, porque adorei e vou brincar bastante com a minha maquininha.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Solaço
O sol anda castigando aqui em Teutônia. No primeiro dia de sol forte (e isso que nem estamos no verão), perdi umas sete ou oito espécies, com sombrite e tudo. Resultado: coloquei o que pude dentro de casa. Não adianta molhar: as folhas cozinham no sol. Há um lado bom em ter as ervas plantadas em vasos - a gente consegue protegê-las um pouco da fúria elemental.
Bìgoli dal Giardin
Tempos atrás, pedindo um spaghetti com ervas num restaurante, fiquei tremendamente frustrada. Além de massa requentada e dura, as ervas eram secas e irreconhecíveis. Nem mesmo quis terminar o prato e saí jurando não retornar. Hoje, folheando um livro que trouxe da Itália, com receitas maravilhosas de uma trattoria que se situa em meio a uma horta, reacendeu-se em mim o desejo.
Com minhas ervas dentro de casa em função do calor, tudo o que fiz foi cortar umas folhinhas de orégano, cerefólio, cebolinha, funcho bronze, tomilho-limão, erbastella e erbasilena. Lavei, sequei e, enquanto a massa cozinhava, cortei as mais resistentes ao cozimento. Escorri a massa e salteei num resto de óleo de umas alcachofras em conserva que andei comendo, pimenta moída, folhas de oliveira em pó (trouxe do congresso, achei fantástico) e as ervas frescas cortadas. Por cima, ervas delicadas e inteiras.
Não concordo em moer as ervas na cozinha, pois todo o óleo essencial das ervas fica na tábua e não no prato. Especialmente quando se trata de um sabor tão sutil quanto o do cerefólio. Também não sou eu, com a minha faca, quem irá questionar a beleza do design dessas folhinhas. Gosto que fiquem assim, inteiras, e que meus dentes rompam a delicada estrutura, liberando o sabor dentro da boca. Mais um fio de azeite, queijo ralado e tomatinhos do meu tomateiro que "maçariquei" e deixei no ramo mesmo. Tem como parecer mais fresco do que isso? Essa é a experiência sensorial que espero quando peço algo simples como uma massa às ervas: frescor. Não há como alcançar isso com ervas secas.
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