A tiropita é um pastelão grego com massa filo e queijo branco, muito apreciada pelos herdeiros de Sófocles e Platão. Facílima de fazer quando se tem os fornecedores certos - e também muito vistosa.
Em primeiro lugar, é preciso comprar, no setor de congelados de um bom supermercado, um pacote de massa folhada ou massa filo, que é mais fina e delicada. Estende-se um pouco a massa, com a ajuda de um rolo. Para o recheio, eu fui ao giardin e trouxe uma boa quantidade de folhas de bertalha (Basella rubra). Em Porto Alegre, a Silvana, do Sítio Capororoca, vende bertalha já limpinha e ensacada, na feira ecológica dos sábados, na Redenção. Quem quiser se animar e plantar, bertalha é "capoeira" - é o nosso espinafre (em inglês, chamam de malabar spinach), porque ela vai se enredando e subindo mesmo, já alcançou o topo da minha figueira. Bom, voltemos ao recheio da tiropita: é preciso dar uma refogadinha de uns três minutos na bertalha, com uma pitada de sal e sem outra água que a das próprias folhas. Fatia-se e mistura-se com uns dois ovos de colônia bem amarelos e um pote de kes-schmier (quem quiser tentar essa receita fora do Rio Grande terá de combinar ricota e um pouco de creme de leite). Sal, pimenta do reino moída na hora e temperos da preferência de cada um: eu usei umas folhas de milefólio e cebolinha, uma pitadinha de macis e outra de canela. Se alguém não sabe, o macis é o arilo da noz-moscada, a frutinha que fica em volta. No Brasil, é comercializado pela Bombay especiarias. Daí é só misturar e colocar o recheio no meio da massa aberta, dobrando os lados para ela não escorrer. Assar por uns vinte minutos em forno pré-aquecido a 200C. Espalhar uns pinolis por cima (opcionais) e tá pronto.
Receita pré-socrática?Vou experimentá-la,parece muito saudável e saborosa.
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