O Bèpi pede pra Marieta:
- Me deixa eu ver tuas mon que eu vô indoviná o que tu fez oggi.
A moça mostra as mãos, as unhas estão cor-de-laranja.
- Zá sei - diz o namorado - tu fez tortèi!
E ela, bem sincera:
- Non, troquei a fralda do nêne!
Schifi a parte, essa receita de Pão de Abóbora (Pane di Zucca ou Pán di suca) vem do livro Flavors of Friuli e deu errado. Muito errado. Sujei toda a cozinha para fazer esse pão, Pórco cán!
Mas a coitada da autora não tem culpa. A abóbora é traiçoeira e, dependendo de fatores incógnitos, pode ter uma quantidade de água que arruina a receita. No fim, tive de usar o dobro ou o triplo da farinha que constava na receita. A massa ficou parecendo o grude com que se faz ciabatta, mas o gosto final ficou ótimo e o pão não apresentou defeitos.
Mas a coitada da autora não tem culpa. A abóbora é traiçoeira e, dependendo de fatores incógnitos, pode ter uma quantidade de água que arruina a receita. No fim, tive de usar o dobro ou o triplo da farinha que constava na receita. A massa ficou parecendo o grude com que se faz ciabatta, mas o gosto final ficou ótimo e o pão não apresentou defeitos.
Como eu faço Pán di Suca, então:
Antes de tudo, a gente corta a abóbora em fatias e deixa, com sementes e tudo, numa forma, no forno pré-aquecido, a 180 graus, por uns quarenta minutos. Tira do forno, deixa esfriar. Quando esfria, a gente tira as sementes e membranas, raspa as cascas e passa a abóbora no passaverdura (eu não sei a palavra para isso em português, mas é um coador com uma hélice que vai esmagando em círculos) e obtém umas duas xícaras de purê.
Daí, a gente pega dois envelopinhos de fermento para pão, coloca numa tigela com uma xícara de água morna (na temperatura da pele) e um punhado de açúcar e mistura. Vai fermentar e, em dez minutos, virar uma espuminha inchada. Está na hora de acrescentar o purê, 4 ovos, 4 colheres (generosas) de manteiga derretida, quatro colherinhas de sal, uma xícara de açúcar e cerca de meio quilo de farinha para pão. Eu usei açúcar mascavo porque eu ando economizando o outro para as geleias. Aí é só sovar até o pão virar uma massa macia e elástica, mas que não gruda mais nas mãos. Isso leva, à mão, uns quarenta minutos, mas eu não gosto de pão batido na batedeira. Concordo com a Susan Field, que diz que pão é um ser vivo e que não convém que ele seja feito sem contato com a mão humana. Quando a massa der ponto, a gente coloca umas passas e nozes e deixa descansar coberta por vinte minutos (a autora manda crescer a massa antes de modelar, mas isso não funciona). O melhor é fazer as tranças, colocar na forma untada, pincelar com ovo e daí sim deixar uma hora crescendo, longe de correntes de ar. Depois é só assar em forno pré-aquecido a 180 até ficar com aquela cor de pão pronto. Pão doce engana, porque fica escurinho mais cedo devido à caramelização dos açúcares. O pão tem de esfriar sobre uma grade e só então ser cortado, senão fica com cara de abatumado. Esses ficaram tão bons que dava para comer a fatia pura, purinha, morninha, cheirosa... que pena que post não tem cheiro...
This is a Squash Bread, from the Book Flavours of Friuli, with a walnuts and raisins filling. If anyone from abroad is interested, please do post a comment asking for the recipe and I will gladly translate it.
Esse pão é uma pintura hein! :D Beijos!
ResponderExcluir